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Física e Matemática são duas ciências que sempre caminharam paralelamente ao longo da história, e os tempos recentes são testemunhas de como esta interação tem se tornado cada vez mais intensa. Por um lado, por exemplo, vemos diversas atribuições da Medalha Fields a trabalhos matemáticos que resolveram problemas oriundos da Física. Por outro, na Física, a Matemática (sua linguagem natural!) vem se tornando um requisito cada vez mais complexo e sofisticado, e novas teorias físicas requerem constantemente o desenvolvimento de novas teorias e de ferramentas matemáticas finas. Tal é o caso da necessidade de formulação de generalizações de geometrias não-euclideana para o espaço-tempo da Relatividade Geral, o advento das teorias de cordas fortemente calcadas em geometria, topologia e álgebra, o emprego de teoria de grupos, simetrias e topologia na física das partículas elementares, a relação entre os grupos quânticos (álgebras de quasi Hopf, quasi-triangulares) e a mecânica estatística, etc.

A Escola Patricio Letelier de Física-Matemática pretende contemplar e dar mais impulso a esta profunda simbiose entre a Física e a Matemática. Ela surgiu herdando, de uma certa forma, os propósitos de outros eventos já organizados essencialmente pela mesma equipe de pesquisadores, como o Encontro Afro-Franco-Brasileiro em Física e Matemática, que teve 4 versões, sendo a última em 2013. A Escola Patricio Letelier pretende ter um caráter temático, mesmo se alguns outros tópicos específicos, além do tema previsto, devam ser abordados.

Na sua primeira versão, realizada em UBU-ES, entre 21 a 26 de Fevereiro de 2016, o foco principal se concentrou, sobretudo, nos desafios que surgem, nos terrenos da Física e da Matemática que emergem quando se tenta estender a formulação da usual e (experimentalmente) bem sucedida Teoria Quântica de Campos no espaço-tempo plano de Minkowski, a espaços-tempo curvos. Tal processo gerou, na Física, inesperados efeitos, como a produção de partículas em um universo em expansão e a termodinâmica de buracos negros. Na matemática, fomos levados a um mais profundo desenvolvimento da análise microlocal, o que nos impõe uma forte relação com as modernas teorias de feixes e categorias para se chegar a uma formulação rigorosa de resultados físicos relevantes no tema.

Problemas de física estatística e fenômenos críticos também se inserem nestes amplos programas de pesquisas.